sábado, 10 de abril de 2010

Condição Humana

Quando nos arrancarem a capa dos enganos e não tivermos onde nos escondermos,

Quando as mentiras se esgotarem e tivermos de ser irremediavelmente sinceros

Quando a máscara de sentimentos se partir e verem quem somos de verdade

Quando a ilusão da nossa importância acabar e vermos que não somos mais importantes que ninguém

Quando as muralhas cuidadosamente construídas para não sermos magoados forem derrubadas

Quando os nossos olhos iludidos por fantasias nos forem dolorosamente abertos e observarmos a realidade

Quando deixarmos a segurança que impingimos aos nossos sentimentos baixar e dermos quedas feias

Quando o manto da imortalidade cair e apercebermo-nos que somos terrivelmente efémeros

Ai… Damo-nos conta da verdade incontestável que cerca o ser humano…

Somos fatalmente e assustadoramente… vulneráveis.

quinta-feira, 18 de março de 2010

De Obsessões

Houve uma vez que sonhei com ela, que lhe pagava na mão elegante adornada de anéis cujo valor estou longe de imaginar, sorriu-me e falou-me. Embora fosse num sonho juro que senti o meu coração a ficar quente, muito quente e a arder no meu peito, não sei se é isto que se sente quando estamos obcecados com algo, mas também agora não vem ao caso.

Acordei e ao lembrar-me do sonho e da maneira como ela me sorriu senti que o meu estômago havia sido invadido por borboletas irrequietas, e senti de novo o meu peito a queimar. Resta saber se é da obsessão, ou se estou doente.

Não sei porquê, fiquei obcecada por ela, dei por mim a ficar paranóica pelo que ela achava de mim, do que eu fazia ou dizia e esforçava-me ao máximo para lhe causar uma boa impressão.

Adoro a forma como ri, e como surgem rugas de expressão no canto dos seus lábios que eu acho divinas, os lábios a abrirem-se num sorriso escancarado, que tem tanto de belo quanto de desconcertante.

Dou por mim a admirar, quase sem me aperceber, os seus jeitos, a sua voz que me arrepia, o seu olhar dilacerador com uma ponta de enigma e a tremer de cada vez que ela me dirigia a palavra. Cada vez que elogiava sentia-me invadida por um felicidade e realização quase exageradas.

Ela não sabe nem sonha. Ninguém sabe ou imagina. Mas eu estou obcecada por ela, e pelo seu perfume inebriante que me leva para outra dimensão cada vez que passa por mim.

E desengane-se o leitor se pensa que me enganei no género do objecto da minha obsessão desengane-se, a minha obsessão trata-se realmente de uma mulher de quase cinquenta anos.

E desengane-se quem pense que sou lésbica ou tenho uma orientação sexual ainda indefinida, mas não, sou heterossexual e segura da minha sexualidade.

Patrícia Guerreiro

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Nada e Coisa Nenhuma

Bem... Não tenho tido tempo para escrever aqui, mas hoje decidi dar um jeitinho.

De que é que vou falar hoje? De nada e coisa nenhuma, como está no título, vou falar do que me vier à cabeça (O que tanto pode ser bom, como ser mau) e deixar-me levar pela maré incerta do meu pensamento...

TPM
Que maneira deliciosamente interessante de começar este post. O que é a TPM? Síndrome Pré-Menstrual. O pesadelo de qualquer mulher e de quem está em seu redor. Aparece todos os meses, alguns dias antes do período. É hereditário, uma mulher que a possui tem 50% de hipóteses de a transmitir às filhas. Mas o pior de tudo são os sintomas: Mau humor doentio! Sinto uma raiva quase insana de tudo mais alguma coisa, alternando com periodos de melancolia e tristeza extremas!

Pai
Às vezes tenho tanta raiva do meu pai que só me apetece bater-lhe! É porco, chauvinista, machista, egocêntrico e infantil! Agora tem a mania de que a minha mãe tem um amante! Qualquer coisinha despoleta o ciúme! Mesmo quando a minha mãe se veste melhor ou vai à casa da minha avó! A doce ironia... À coisa de 5/6 anos atrás o meu pai frequentou casas de prostituição e mesmo assim a minha perdoou-o, mesmo ele não a respeitando e provavelmente nunca o fará. Eu ainda não o perdoei... E dificilmente o vou perdoar, sei que ele é meu pai, mas é também um grandessíssimo Filho da Puta, com "F" maiúsculo!

Projecto: "Revolta-te!"
Pois bem, criei mais um blogue! :)
Mas não é um blogue qualquer! Irá ser uma espécie de livro! :D
Embora tenha pouco tempo devido à escola, a três rpg's onde estou inscrita e a dois blogues, ainda arranjei tempo e inspiração para criar mais um.
"Revolta-te" será o título provisório da minha história, pois tendo em conta a mesma, não poderia ter melhor título.
Só deverei começar realmente com este projecto nas Férias do Natal, após ter criado todas as personagens, e ter escrito o Prólogo.
Irei colocar aqui as actualizações que fizer ao blogue/livro.

Deixo aqui o link:
http://projectorevoltate.blogspot.com/


domingo, 2 de agosto de 2009

Saudades...

Saudade, um sentimento tipicamente português... Um dia destes, a Sónia perguntou-me porquê, porque é que as saudades eram um sentimento tipicamente português? Os outros países também não possuiriam saudade?
Olhei para ela e pensei numa boa razão para tal, sempre dissera isto porque fora o que sempre ouvira, mas agora que pensava no porquê, não encontrava uma resposta minimamente válida.
Subitamente veio-me à cabeça o género musical, exclusivamente cantado em português: O Fado. Mas também não me parecia uma resposta viável…
Foi então que o meu cérebro se iluminou e respondi: “Talvez a saudade seja um sentimento tipicamente português, porque somos um povo que tem saudades do passado, do que o país foi, que tem saudades da grandiosidade que o país era.”
Foi a melhor resposta que encontrei, talvez porque procurei no meu lado mais patriótico, ou talvez… porque tenho imaginação a mais.
Saudades, todos temos: de alguém, de algo ou de um momento, todos os dias lidamos com situações que nos fazem lembrar algo e que despertam este sentimento. E o que fazemos para que este desapareça? Ele não desaparece, apenas se esconde no nosso subconsciente, afogado em sensações e sentimentos que sentimos para nos distrairmos e esquercemos as saudades. E a saudade aguarda, paciente, para que à mais pequena recordação no encha de uma melancolia mórbida e de saudades de tempo idos.
As saudades são importantes, fazem-nos lembrar do nosso passado, do que fazíamos, do que éramos, das loucuras que fizemos, dos erros que cometemos e das pessoas que conhecemos. Mas não vivemos só de recordações, e devemos ter a cabeça assente no Presente e preparada para o Futuro.
“ (…) A felicidade não se pode alimentar apenas das recordações do passado, necessita também dos sonhos do futuro.” – Jorge Amado (O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá).

terça-feira, 16 de junho de 2009

Se não gostares de ti...

...quem gostará?


Quantas vezes já vos impingiram com este ditado? A mim mais do que uma vez, decerto, mas não é isto que me faz gostar mais de mim, não me faz sentir melhor de todo.
Não gosto do meu corpo, nem nunca me lembro de ter gostado. Por vezes, parece que estou presa num corpo que não é meu, que me prende.

Dizem que sou bonita, e que não sou assim tão gorda, eu sorrio e digo que está tudo bem, mas não passa de uma mentira consoladora, que tenta esconder a verdade que me corrói, prende e sufoca: não gosto do meu corpo. Pura e simplesmente.

Por vezes dou por mim a suplicar por umas dietas malucas, e a pensar que se calhar ser anoréctica, era bem melhor. Talvez, não sei.

Sei que disse que detestava preconceitos e isso, mas isto não se trata da opinião dos outros, mas sim da forma como me vejo.

Por vezes tento ver-me com mais optimismo, que talvez não seja tão gorda como me pinto. Tento manter esta ilusão, mas esta não dura mais que segundos.

Peace

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Pôr do Sol Invertido

Não gosto de regras, a discriminação irrta-me e abomino os preconceitos.
A opinião de um desconhecido nunca me afectou, apenas aprecio as opiniões daqueles com quem privo diariamente.
Tenho um medo de morte do casamento e de ter filhos. No entanto, considero-me uma pessoa romântica e sensível.

Porquê um blog? Simplesmente por que não há mais nada de iteressante para fazer e gosto de escrever. Gosto sobretudo de escrever sem tema, guiada pela caneta (neste caso pelas teclas) e seguindo a linha do meu pensamento.

Há quem pense que tenho uma mente distorcida e que sou fora do comum. Pelo simples facto de ser rapariga e ser pervertida, já tinha dito que odiava os preconceitos? Normalmente quem me critica por isto eu respondo:
"Se um homem é pervertido ninguém diz nada e acha normal, se for uma mulher chamam-lhe porca."

Odeio machistas, racistas, chauvinistas e pessoas fanáticas pelo que quer que seja.

Sou uma feminista convicta, acérrima defensora dos direitos das mulheres e bastante violenta quando ouço comentários machistas.

Falo e hajo, muitas vezes, sem pensar. Tento ser sincera e directa, gosto de fazer novos amigos e de sair e me divertir com eles.

Detesto aquela getinha que se gaba de apanhar grandes bebedeiras... Como se isso fosse motivo de festa: acordam ressacados, só fazem porcarias e no dia seguinte não se lembram de nada.

Considero-me uma mente aberta, não julgo as pessoas pela aparência e visto o que me apetece.

"Irrita-me a felicidade daqueles que não sabem que são infelizes"